22.1.16

A Pilar


Viela que leva à Pilar, lá no grotão.
A matriz (igreja mãe) de Nossa Senhora do Pilar é a mais peculiar de Ouro Preto: famosíssima! Lembra da outra matriz queimada lá no distrito?
O mais impressionante em Pilar é que um templo com quase 500 kg de ouro em folhas, inúmeros anjinhos bem bochechudos esculpidos pela empresa de Aleijadinho, se posiciona atolada numa grota longe do centro, esgueirando-se entre as vielas.
Dá o que fazer para alcançar a invisível Pilar...
A fachada, tímida e espremida entre casarões.
Numa tardinha, conversando com os residentes, soubemos que haveria missa na Pilar em meia hora.
Meia hora? Estávamos longe da pousada, perto da igreja. Uma missa com os nativos foi tentador!
Podíamos aproveitar a noite para conhecer mais um interior de igreja, economizando tempo no dia seguinte.
Ir a Ouro Preto, sem adentrar Pilar, não pode! Lá fomos nós - suados, desgrenhados, após um dia inteiro vagando ao sol. 
Interior resplandescente.
Adentramos uma igreja com 500 kg em ouro... Eu de havaianas, pois era só o que os pés aguentavam após tanta ladeira pedregosa.
Nos posicionamos num cantinho estratégico, deslumbrados com tanto esplendor, embora não haja capelas laterais.
Um dos tantos anjinhos e as folhas de ouro parcialmente rustidas pela ação do tempo.
E o povo local foi se alastrando, aconchegando, limpinhos e cheirosos e penteados e bem vestidos e com calçados novinhos. Fôlego suspenso... imobilidade... Expulsos não seríamos!
Sorvemos tanta arte, tanta ostentação e fé; saímos de fininho antes da missa acabar caras de pau
Subimos serpenteando noite a dentro, pelas históricas ruazinhas com casarões de sacada, feito criança satisfeita que encheu a pança de fruta roubada.

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