Aos 13 anos, trabalhando num açougue de frangos e salgateria, aprendi a fazer nhoque, coxinha, croquete e sobretudo farofa, quibe, panqueca, salada maionese, e frango assado, que me salvam até hoje. Com exceção do nhoque, nenhum desses pratos acima havia entrado em minha casa.
Minha mãe, vinda da roça, só fazia arroz, feijão, polenta, macarrão e sopa de vez em quando. O nhoque era a cada quinquênio. Frango e carne de porco, só refogados; não se assava carne.
Me lembro quando estava no final da segunda série primária, uma de minhas primas se formou na quarta, no período oposto. A professora dela comprou ingredientes e a merendeira fez pizzas, guardando um pedacinho para cada um de nós que estudávamos à tarde. Gente, eu nunca havia saboreado algo tão diferente e delicioso! Passei mais uns seis anos até experimentar novamente - não era coisa da roça.
Após aprender os pratos citados acima, todo fim de semana eu tinha que preparar algo, se quiséssemos variar o cardápio. E meu irmão (falecido) apreciava muito.
Atualmente preparo o almoço de madrugada, tudo rapidinho. O feijão e parte da carne faço fim de semana e congela para os 5 dias úteis. Marido almoça 11h00, antes da saída de seus colaboradores, pois a oficina não fecha. Chego meio dia da escola e aqueço o prato em micro-ondas (eletrodoméstico controverso).
Ontem, fiz esse lombo de porco caipira que comprei do primo e congelei parte prá semana. Dourei cebolas no caldinho da panela e engrossei com um pedaço de mandioca amassado.
Servi com arroz de legumes e manjericão, acrescido de lentilhas ao louro, azeitonas e muito cheiro verde. Fiz a lentilha com gordura desse porco - quantia mínima. Bem mais salubre que os óleos industrializados, cheios de química, e o sabor é outro.
Água para beber e fruta de sobremesa. Aliás, de uns tempos prá cá, acho muito chique a água nas refeições, mas eu só bebo uma hora mais tarde, ou meia hora antes.
Exerço a cozinha pragmática - só preparo o necessário, sem enfeites, aproveitando as mesmas panelas para não acumular louça suja. Abuso dos legumes refogados, pois a salada não me anima. Na sobremesa, come-se fruta in natura, que é mais fácil e salutar.
Abuso da feira livre, onde vou toda madrugada de terça-feira. Compro ervas, pois uso muito. Tudo que vai na pressão, coloco louro semi fresco. Em massas, coloco o manjericão que tenho no vaso. Salsa e cebolinha procuro usar bastante, pois enriquecem os pratos com nutrientes.
Nesta semana comprei isso, mas vario alguns itens - outros levo sempre. Vou colocando direto na sacola para evitar excesso de embalagens. O queijinho frescal e a mandioca estão embalados ali à esquerda.
Couve, alface, louro fresco, cheiro verde, 1 pepino, cenoura, milho e berinjela e duas beterrabas mínimas, só prá ralar ou enriquecer molho de tomate.
Dois tipos de banana, maçã, laranja, mamão, goiabas pro lanche do filho. Gengibre, limão e abacate sobraram da semana passada. Coco seco e verde, peguei no mercado.
Não me apetece comer fora, a menos que seja numa das cidadezinhas vizinhas ou em restaurantes rurais, muito comuns por aqui; entretanto não pode ser sempre, senão perde a magia.
Também não sou muito chegada em comer em casa de parentes - é que não me amarro em ir à casa das pessoas, prefiro locais públicos com natureza. Se pinta um churrasquinho na cachoeira ou algum piquenique, estou dentro!
Lendo o post da
Lucinha, que também anda às voltas com a cozinha, me dei conta de que antigamente eu nunca pensava que cozinhar poderia ser um dom ou prazer - era apenas parte do cotidiano, como tomar banho.
Um almoço tranquilo para vocês!